sábado, 6 de julho de 2019

“A castidade é o coração da santidade”


No dia de hoje a Igreja com grande alegria se lembra de Santa Maria Goretti, nascida na Itália, em uma família pobre, mas profundamente católica. Quando Maria tinha apenas 6 anos a crise econômica atingiu ainda mais a tua família, sendo eles forçados a deixar sua fazenda e trabalhar para outros fazendeiros.

Em 1899 a família se mudou para Le Ferriere, aonde começaram a viver em uma casa compartilhada junto com a família Serenelli (Giovanni e seu filho Alessandro), quando Maria Goretti tinha apenas 9 anos o seu pai veio a faleceu, deixando o sustento da família sobre a responsabilidade de sua esposa e dos seus filhos e filhas mais velhas, sendo assim coube a pequena Maria a responsabilidade de cuidar de seus irmãos mais novos.

Em 5 de julho de 1902, Alessandro com 20 anos encontra Maria Goretti com apenas 11 anos sozinha em casa, quando Maria percebe que a intenção do rapaz era cometer um estupro, ela luta para evitar o abuso e adverte o rapaz que aquilo era um pecado e que ele poderia ir para o Inferno mas Alessandro continuava tentando controlá-la, mas como a menina dizia que preferia morrer, ele apunhalou a menina por 14 vezes.

Quando o pai de Alessandro e a mãe de Maria chegaram na casa encontraram a menina sangrando e levam para o hospital, mas os ferimentos da menina eram graves e ao diagnosticar que não teria cura chamaram o padre e Maria se confessa com toda a clareza.

Maria Goretti faleceu no dia 6 de julho de 1902, com apenas 11 anos, mas antes de morrer ela recebeu a Sagrada Comunhão e disse para o padre que perdoava o seu assassino e que esperava encontrar com ele no paraíso, logo após a morte da menina o assassino foi preso e foi sentenciado à 30 anos de prisão.

Alessandro se converteu um tempo depois, após ter um sonho com Maria Goretti aonde ela lhe aparecia vestida de branco nos jardins do paraíso. Seu sincero arrependimento e sua boa conduta na prisão lhe devolvem a liberdade quatro anos antes da expiração da pena, Alessandro foi ao encontro da mãe de Maria Goretti e pediu perdão. Em 1950, Alessandro estava presente na missa de canonização da Santa.

Com esta história que é real, devemos refletir um pouquinho no valor da castidade para o nosso mundo atual, no valor da castidade na nossa vida. Dificilmente falamos sobre a castidade hoje em dia e é ainda mais difícil viver a castidade no mundo atual, para quem não sabe castidade é a virtude de ser casto, ou seja, a virtude de ser puro de alma e de corpo, é a virtude de viver um amor livre e puro, e o amor só é livre e puro quando não é egoísta.

“A castidade não é simplesmente “não fazer isto, ou não fazer aquilo”. Não é repreensão dos seus “impulsos naturais”. Não é um conjunto de proibições que te limitam ou impedem de expressar todo o seu amor. Nada mais equivocado do que isto. Quem crer que isso é a castidade, não passa de um grande ignorante. A castidade é, ao invés uma forma de vida que te dá liberdade, respeito, paz, alegria e até romance, sem reprovações, sem temores nem angústias. A castidade liberta as pessoas das atitudes egoístas de usarem um ao outro como objetos, deixando-lhes livres para ter e gozar de um amor verdadeiro. Viver a virtude da castidade, de forma positiva, vai purificando seu coração em todos os âmbitos, fortalece sua vontade e sua relação íntima com o Senhor.”
O convite que Deus nos faz hoje é que a exemplo de Santa Maria Goretti, possamos nadar contra esta correnteza que o mundo prega na qual afirmar que somente aquilo que nos dá prazer nos edifica, hoje Deus nos convida a viver de maneira pura e livre, Ele deseja que possamos parar de viver esta vida desregrada na qual tudo é permitido.
Se você deseja viver uma vida santa é necessário passar pelo caminho da castidade, afinal de contas, “a castidade é o coração da santidade” (Moysés Azevedo)






quinta-feira, 4 de julho de 2019

Sal da Terra, luz do mundo

 
Hoje resolvi falar um pouquinho sobre o nome do blog/ da página. 
Bom, quando se decide criar um blog ou uma página, a primeira etapa é decidir um nome, e confesso que esta etapa foi bem difícil para mim, pois queria algo que mostrasse a nossa missão, queria um nome que por si só já deixasse claro sobre o que este blog/página trataria. Foi então quando decidi colocar o nome de “Sal da Terra, luz do mundo”.

No Evangelho de São Mateus 5;13-15 encontramos Jesus dizendo aos seus discípulos que eles deveriam ser o sal da Terra e a luz do mundo, mas será que sabemos o verdadeiro significado dessas palavras?

Para explicar melhor esses versículos, vou explicar um pouquinho sobre como funciona a extração do sal e sobre uma passagem que se encontra no Evangelho de São João 1; 9.

Antes do sal chegar no supermercado todo embaladinho e bonitinho, ele passa por todo um processo. A primeira parte do processo é a extração, ou seja, ele é retirado da terra, do mar ou de lagos para, após isso, ser tratado e finalmente ser embalado, comerciado e dar o sabor para os alimentos. E é justamente isso que deve acontecer conosco, devemos sempre ter em mente que, para sermos sal da terra, é necessário primeiro estarmos em união com Deus (de forma ilustrativa, devemos estar em união com a terra, o mar ou o lago) e é unicamente por causa dessa união que podemos ser transformamos em sal. Mas, diferente do que acontece com o sal de cozinha, nós não passamos pelo processo de extração, afinal de contas, nós só iremos ter o verdadeiro sabor em quando estivermos unidos a Deus.

Já a passagem do Evangelho de São João 1; 9 vem nos dizer que o Verbo é a verdadeira luz, que vindo ao mundo iluminou todo homem. Sendo assim, podemos afirmar que somos como a lua que não tem luz própria, mas reflete a luz sol. Apesar de não termos luz própria,  devemos refletir a luz de Jesus, que é a verdadeira luz do mundo.

Diante desta explicação, podemos concluir que, quando Jesus nos convida a ser sal da terra e luz do mundo, é um convite para que nós possamos levar ao mundo o verdadeiro sabor que só se encontra Nele, é um convite para  que possamos refletir e iluminar o mundo com a única luz que pode iluminar este mundo de trevas, luz esta que é o próprio Jesus.

terça-feira, 2 de julho de 2019

"Você tem um chamado diferenciado”

 
“Sede santos porque eu sou Santo! ” (Lev 11, 44).

Sábado, após a reunião de ministério, estávamos em 3 meninas e 3 meninos conversando na calçada em frente ao Centro Pastoral, quando uma senhora chegou próximo de nós e perguntou se poderia falar um pouquinho conosco. A nossa resposta foi sim, e ela começou falando que “ninguém coloca a mão em um escolhido do Senhor”. Nós, de uma forma simples, só concordamos, mas foi quando ela decidiu contar um pouquinho da sua história. Falou que perdeu a filha faz 3 meses, e que por causa disso, começou a fazer uma coisa que ela nunca havia feito: beber cachaça. Contudo, relatou também, que naquela noite, não queria dinheiro, só queria comer algo e nos perguntou se tinha como alguém comprar algo para ela comer. Porém, nós estávamos sem dinheiro, e falamos isso para ela. E para a nossa surpresa, ela continuou falando algumas coisas, só que direcionando as palavras para quem ela queria. Ela falou algo que não lembro para a Fer, e depois olhou nos meus olhos e disse: “você tem um chamado diferenciado”. Eu, com um pouco de vergonha, agradeci. Deste modo, falou mais algumas coisas e foi embora.

Após ela ir embora, conversamos um pouco sobre o que ela tinha falado, nos despedimos e cada um foi para a tua casa. Mas confesso que eu fui do Centro Pastoral até em casa pensando na frase que ela havia me dito e cheguei à conclusão que, apesar de todos ter o mesmo chamado, cada um é diferenciado do outro.

O primeiro chamado que Deus nos faz é o chamado a santidade. A vocação de todo Cristão é a santidade, como nos afirma o Papa Francisco “a santidade é para todos”. Sendo assim, apesar de termos  chamados iguais, no teu resultado, podemos afirmar que cada um tem um chamado diferenciado.

Pode estar parecendo um pouco confuso, até mesmo porque é um pouquinho difícil explicar, mas vamos lá. O chamado a santidade que eu tenho é o mesmo chamado a santidade que você tem, mas ele é diferente porque vou alcançar este resultado através de um caminho e você irá alcançar este resultado através de outro caminho.

O que quero falar com isso??? Quero falar algo muito simples, que a nossa meta é a mesma: a santidade, mas o caminho a percorrer é diferente. Por isso, é importante focar no nosso caminho e não no caminho do outro, porque por mais que talvez você venha a conhecer o caminho do outro, só ele poderá percorrer. Então, se preocupe em desvendar os mistérios e percorrer o teu caminho. Nós podemos e até devemos ter pessoas que nos inspira, mas devemos olhar para elas como inspiração e não como modelo a copiar, porque as dificuldades de cada pessoa são únicas, por mais que talvez seja parecida a forma de alcançar, o teu chamado é diferenciado.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

O anjo bom da Bahia

 
“Tudo o que acontece no universo tem uma razão de ser; um objetivo. Nós como seres humanos, temos uma só lição na vida: seguir em frente e ter a certeza de que apesar de as vezes estar no escuro, o sol vai voltar a brilhar” Irmã Dulce

Gente, é com muita alegria que hoje venho falar um pouquinho sobre a Irmã Dulce, a próxima Santa brasileira. Isso mesmo, o Brasil terá a primeira mulher nascida aqui canonizada como Santa, no dia 13 de outubro de 2019,  e levará o nome de Santa Dulce dos Pobres.

No dia 26 de maio de 1914, nascia na cidade de Salvador, a pequena Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, que desde pequena demonstrava grande compaixão pelos pobres. Com apenas 13 anos, começou a abrigar moradores de rua e doentes; também nesta época começou a desejar uma vida religiosa.

Em 1933, após terminar a faculdade de professora, Irmã Dulce entrou na Congregação das Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Em 1935, Dulce se dedicava a acolher os necessitados e passou a assistir os moradores de uma comunidade extremamente pobre. Em 1939, Dulce fez algo que marcaria a sua vida, ela invadiu 5 casas desocupadas para que pudesse alojar nelas os mendigos que havia recolhido das ruas. Embora tenha sido expulsa das casas, Dulce nunca desistiu e continuou a procurar um lugar. Após 10 longos anos, recebeu o consentimento para ocupar o galinheiro do convento, no qual deu origem ao Hospital Santo Antônio.

Em 1980, recebeu de São João Paulo II um terço como presente e foi encorajada a continuar a sua missão. Após 8 anos, foi indicada ao Nobel da Paz. Na segunda visita de São João Paulo II ao Brasil, em 1991, ele foi até o leito de Irmã Dulce na qual já se encontrava internada no Hospital Santo Antônio e recebeu das mãos de São João Paulo II a benção e a extrema-unção. Irmã Dulce veio a falecer no dia 13 de março de 1992, com 77 anos, no Hospital Santo Antônio.

Em 2010 foi reconhecido, pela Igreja Católica, o primeiro milagre pela intercessão de Irmã Dulce, sendo ela beatificada pelo então Papa Bento XVI, dando início ao processo de canonização.

O anjo bom da Bahia, como também é conhecida Irmã Dulce, além de ser um exemplo de santidade territorialmente muito próxima de nós, é um exemplo de santidade próximo dos nossos tempos, afinal de contas, Irmã Dulce viveu grande parte da sua vida no século passado, mas faz apenas 27 anos que ela morreu.