sábado, 29 de junho de 2019

“Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”

Hoje celebramos o Imaculado Coração de Maria e, para melhor celebramos, vou partilhar um pouquinho sobre o que seria o Imaculado Coração e sobre a famosa frase que Nossa Senhora de Fátima disse as crianças em Portugal durante uma de suas aparições.

A Igreja Católica reconhece o dogma da Imaculada Conceição de Maria, ou seja, ela foi preservada por Deus, foi concebida sem o pecado original e segundo o que a Igreja nos ensina no Catecismo “ pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a vida” (493) permanecendo assim sem macha ou qualquer impureza, e é através dessas afirmações que reconhecemos o Imaculado Coração de Maria.

Em 13 de julho de 1917, depois de mostrar o inferno para os pastorinhos, Nossa Senhora de Fátima afirmou que: “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará”. Muitos nos afirmam que Maria quis dizer que no final o seu Imaculado Coração iria vencer todo mal, que o mundo vivia por causa da primeira guerra mundial. Eu, na minha pequenez e na minha ignorância, afirmo que o Imaculado Coração de Maria começou a triunfar naquela época e ainda continua a triunfar até hoje e irá continuar triunfando sobre todo o mal para sempre.

Neste dia convido você a se consagrar ao Imaculado Coração de Maria e deixar que Ele triunfe na tua história, na tua vida, porque quando o Coração de Maria triunfa na nossa vida o próprio Jesus Cristo triunfa em nós.

São Paulo Apóstolo


Onde o pecado abundou, superabundou a graça” Romanos 5:20.

É com esse pequeno versículo que quero proporcionar uma reflexão sobre a vida de São Paulo. A conversão desse grande Santo é narrada no livro dos Atos dos Apóstolos 9.

Saulo, como era chamado antes de sua conversão, foi um grande perseguidor dos discípulos de Jesus, era cidadão romano e tinha conhecimento da lei. Saulo respirava ameaças e mortes contra aqueles que seguiam Jesus.

No texto Bíblico que narra a conversão de Saulo, podemos tirar várias lições para nossa vida e algumas delas vou colocar aqui. Em primeiro lugar, é necessário lembramos sempre que é Deus quem guia as nossas vidas. Saulo foi para Damasco com a intenção de prender os discípulos de Jesus e, no meio do caminho, Deus muda totalmente os seus passos. Em segundo lugar, vemos que Jesus chama Saulo pelo nome e que este pergunta quem estava falando. Neste pequeno diálogo, encontramos um Deus que nos conhece pelo nome, mesmo quando nós não o reconhecemos. Logo em seguida, a Sagrada Escritura vem nos dizer que os homens que acompanhavam Saulo ouviam a voz, mas não viam ninguém. Aqueles homens não viam ninguém, não pelo fato de estarem cegos, mas pelo fato de aquele ser um encontro marcado do Senhor somente com Saulo. Inúmeras vezes o nosso lado humano fala mais alto e acabamos querendo mostrar para os outros que servimos a Deus, que Adoramos a Jesus Cristo Sacramentado, que rezamos ou até mesmo quando fazemos caridade e esquecemos que estes momentos não devem ser visto por mais ninguém além do Senhor. Nos é relato também, que Saulo passa três dias sem ver, sem comer e sem beber. Neste relato do texto, encontramos a figura de um homem fraco, um homem no qual não tem a visão para guia-lo, um homem  que não tem vontade de comer e beber, mas ao mesmo tempo, podemos afirmar que foi na fraqueza de Saulo que Deus o sustentou. Assim, após a sua conversão, São Paulo foi o maior propagador do cristianismo e até hoje é um grande exemplo para os cristãos.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

''Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso''

Você com certeza já ouviu falar ou até mesmo já rezou esta jaculatória, mas neste dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, convido você a já parar para pensar no que significa esta pequena oração e o quanto valioso é este pedido.

Para pedir um coração semelhante ao de Jesus precisamos em primeiro lugar saber: como é o coração de Jesus? E a resposta desta pergunta, o próprio Cristo nos dá através do Evangelho de São Mateus 11; 29: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”.

Quando Jesus diz que o seu coração é manso Ele deseja dizer que é possível encontrar estabilidade e paz dentro do teu coração e a humildade de seu coração nos revela uma forma simples de enfrentar as dificuldades e viver. Nas Sagradas Escrituras é narrado que Jesus teve o coração transpassado por uma lança. Sendo assim, o coração de Jesus, além de ser um coração manso e humilde, é um coração transpassado, um coração aberto por uma lança.

Ao rezar a jaculatória: ''Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso'', estamos pedindo um coração equilibrado, cheio de paz, aberto para Deus e aos irmãos. Na oração das Laudes do dia de hoje, nos é afirmado que: “A caridade te quer aberto com a chaga visível para que pela chaga visível pudéssemos honrar a ferida do amor invisível” e que neste mesmo espírito, possamos a partir do dia de hoje ter um coração semelhante ao de Jesus e honrar o seu coração aberto.

A dimensão e a beleza do mar da vida

"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”. Santa Teresa de Calcutá

Por inúmeras vezes pensamos e até mesmo sonhamos em mudar o mundo, mas ao decorrer das nossas vidas vamos enxergando a realidade e entendemos que mudar o mundo é uma missão impossível e, então, paramos de pensar e de sonhar com essas mudanças. Mas nos esquecemos que muitas vezes seremos responsáveis por algumas mudanças.

Como nos afirma Santa Teresa de Calcutá, somos uma gota de água no mar e isso nos parece pouco, porém, se não houvesse esta gota o mar seria menor. Ou seja, o que você faz pode até parecer insignificante, mas este pouco junto com o pouco de outra pessoa se transforma em um imenso mar.

Talvez um grande erro que nós cometemos, porque também cometo este erro, é o erro de esperar que o outro faça a mudança que nós tanto desejamos. Com certeza já passou pela tua cabeça um pensamento que algo seria melhor se fosse feito de tal jeito e você simplesmente ao invés opinar para que essa mudança acontecesse ficou quieto e pensou: “é tão óbvio que alguém vai pensar nisso” e acabou que ninguém pensou e a mudança não aconteceu. Tem uma frase de uma música que gosto bastante, era fala: “Seja a Igreja que você quer ver” e hoje eu digo mais: “Seja a mudança que você deseja”, não espere do outro a mudança, comece você a mudança, e assim, você terá um mundo melhor.

Se tem duas coisas que nos encanta no mar quando somos adultos são: a sua dimensão e a sua beleza. Diferente de quando somos criança, que somente a dimensão do mar já nos surpreende e encanta. Hoje já não somos mais crianças, então devemos nos encantar com a dimensão e a beleza do mar da vida. Ou seja, quando você, uma pequena gota for fazer algo, faça com o teu melhor, não faça somente por fazer, ou para mostrar para os outros que você está fazendo, antes de tomar uma atitude e fazer algo no impulso pense e reflita “será que é isso que Deus deseja que eu faça?”; “como é a melhor maneira de fazer isso?” e dê o teu melhor para que este mar da nossa vida seja um mar enorme e belo.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

 
Boa Tarde, povo de Deus!
 
Hoje é um dia muito especial, afinal de contas comemoramos o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
 
O título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro nos lembra duas coisas: que Maria é o nosso eterno socorro diante de Deus Uno e Trino. Ela é a nossa advogada de todas as horas, é um elo entre a humanidade e Deus. Ela que foi em todos os momentos da vida de Jesus o seu socorro.

Encontramos presente na Igreja Católica uma riqueza muito grande, seja ela: na Sagrada Escritura, em seus ensinamentos, na tradição, no magistério, nos costumes. E assim também é nas imagens que veneramos, e com o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, não é diferente. Sendo assim, vou falar um pouquinho sobre a riqueza desse ícone.

No ícone é possível encontrar 4 abreviações em grego, uma significa a palavra Mãe de Deus, Jesus Cristo, São Gabriel e São Miguel; a estrela que se encontra no véu de Maria significa que Ela é a estrela que nos guia até o seu Filho; o arcanjo São Miguel apresenta a lança, a vara com a esponja, e o cálice da amargura; o arcanjo São Gabriel segura a cruz e os cravos, instrumentos da morte de Jesus; a boca de Maria é pequena e delicada simbolizando o seu silêncio; os olhos de Maria estão voltados a nós, afim de ver as nossas necessidades e a sandália desatada simboliza que os pecadores estão presos por fio a Jesus.

Que a partir do dia de hoje possamos reconhecer Nossa Senhora como a estrela que nos guia até Jesus, que a exemplo dela possamos nos silenciar para ouvir a vontade de Deus, que quando trocamos olhares com Ela possamos encontra o consolo de nossas aflições e que a cada momento possamos desejar estar presos aos pés de Jesus, como a sua sandália.

Deus, eu, a psicóloga e os remédios

Bom, é meio difícil escrever sobre este assunto, talvez por não ser um assunto muito fácil de se falar, mas como diz a famosa frase: “As palavras convencem, mas os testemunhos arrastam”. Sendo assim, decidi contar um pouquinho sobre o meu testemunho para vocês.
Para quem não me conhece, me chamo Renata, tenho 26 anos, faço parte do Grupo de Oração e sou ministra extraordinária da Comunhão. Desde que me conheço como gente participo ativamente na Igreja Católica. Até os meus 7 anos participava acompanhando os meus pais, minha vó, meu irmão e minha irmã nos eventos dos coroinhas e nas missas. Dos 7 aos 18 anos fui coroinha e cerimoniaria. Depois disso, fui catequista e agente da pastoral vocacional. Após sair da catequese e da pastoral vocacional, entrei no Grupo de Oração. E por último, fui convidada a ser ministra extraordinária da Comunhão.
Quando criança, fui uma menina meio quieta (acreditem se quiser rs), e ao decorrer dos anos fui crescendo, amadurecendo, tomando as minhas próprias decisões. Posso afirmar que até os meus 15 anos, mais ou menos, tinha uma vida normal, como a maioria das adolescentes dessa idade. Mas foi quando eu comecei a ter os primeiros sintomas da depressão. Contudo, como estava na famosa época de transformação, pensei que estava mais relacionado a minha idade do que com a doença propriamente dita. Nesta época, meus pais me ajudaram a procurar ajuda e comecei a ir na psicóloga e fazer acompanhamento com a psiquiatra. Aos poucos, fui melhorando e fiz uma besteira que muitos fazem: decidi parar de tomar os remédios, parei de ir na psiquiatra porque me sentia bem sem os remédios. Depois de um tempo, recebi alta da minha psicóloga e tudo ficou muito bem por um tempo bom.
Acontece que em 2015, no meu último ano de faculdade, comecei a me sentir meio que sobrecarregada e muito desanimada, mas achava que era o estresse das provas, TCC e os outros compromissos que surgem nesta época da nossa vida. Terminei a faculdade e continuava me sentido diferente, mas no meu ponto de vista, estava tudo bem, afinal de contas, estava formada, servindo no Grupo de Oração que amo, a única coisa ruim era que não tinha passado na OAB e estava desempregada, coisas que somente o tempo poderia resolver, e que quando fossem resolvidas, estaria ainda melhor.
Meu ano de 2016, foi um ano bom, porém, me sentia cansada com frequência, mesmo não fazendo quase nada. O desanimo muitas vezes tomava conta de mim, meu sono era totalmente bagunçado: ou dormia muito, ou não dormia nada. Sentia um vazio dentro de mim, um vazio diferente, um vazio que nem mesmo Deus parecia preencher; não tinha gosto pela vida.  Quando estava com os meus amigos, precisava fingir ser uma Renata alegre, mas as minhas amigas mais próximas sabiam de tudo isso e SEMPRE me davam a seguinte sugestão “Re, procura um psicólogo, você não está bem". Só que na minha inocência, era uma questão de tempo para tudo passar. Resumidamente, empurrei meu 2016 e o começo de 2017 com a barriga, achando que em algum dia eu iria acordar e ter novamente a vontade de viver, que a alegria voltaria a brotar na minha vida do nada.
No começo de maio de 2017, percebi que não estava nada bem, parecia que tinha me tornado outra Renata, já não fazia tanta questão de sair com o pessoal do Grupo de Oração, muitas vezes faltava nos meus compromissos e, quando ia, acabava inconscientemente me isolando das pessoas. A minha melhor companhia tinha se tornado a solidão, o lugar aonde mais desejava estar era no meu quarto e criei uma visão de que a morte não era algo tão ruim e muitas vezes uma solução para os nossos problemas. O suicídio não me soava mais como algo errado, o meu vazio parecia ter tomado conta de todo o meu ser. Mas foi quando finalmente decidi ouvir minhas amigas e procurei uma psicóloga. Este foi um passo muito importante na minha vida, pois aos poucos fui me abrindo com a psicóloga e, de acordo com os teste que ela aplicou, ao decorrer do tempo estava com depressão moderada. Mas era preciso ir no psiquiatra para ter o diagnóstico. Foi quando decidi discordar totalmente da minha psicóloga, porque na minha cabeça pensava “beleza, se estou com depressão, vou fazer terapia, confiar em Deus e me curar, mas não vou tomar remédios”. A terapia me ajudava e muito, em vários momentos, porém, os sintomas ainda batiam na minha porta e cada dia que passava parecia que a minha vida tinha se tornado um pesadelo. Mesmo com o acompanhamento com a psicóloga, comecei a me isolar cada dia mais. Meu primeiro pensamento foi “bom, vou sair do Grupo de Oração, afinal de contas, como vou falar para as pessoas que Deus é a alegria da minha juventude se não tenho mais alegria nenhuma?, como vou testemunhar um Deus de milagres se Ele não me dá uma forcinha para sair da depressão?”. Porém, Deus no teu infinito amor, me deu amigas muito boas e que nunca desistiram de mim, e por consideração a elas, eu ia de vez em quando ao Grupo de Oração. Foi necessário quase um ano para que eu decidisse ouvir minhas amigas e a minha psicóloga e buscar a ajuda do psiquiatra.
De início, foi bem difícil criar uma relação entre eu e o psiquiatra, aceitar que precisava tomar os remédios, decidir começar a tomar os remédios. Depois os efeitos colaterais dos remédios, a insegurança de estar fazendo algo errado.
Bom, hoje faz aproximadamente 1 ano e meio que tomo remédios e, para minha felicidade, o meu médico disse que se eu continuar assim, posso ter alta daqui um ano. Minha vida mudou bastante, não vou falar que voltei a ser a Renata de antigamente, mas posso dizer que aprendi a ser uma Renata nova, aos poucos fui descobrindo coisas novas sobre mim mesma. Com a ajuda dos remédios, os sintomas foram diminuindo; com a ajuda da psicóloga, fui encontrando formas de superar minhas dificuldades, para quando eu não precisar tomar o remédio, eu consiga vencer os meus problemas; e com a ajuda de Deus, tenho caminhado cada dia de uma forma melhor. Hoje voltei a minha rotina no serviço, no Grupo de Oração, no ministério, voltei a ter a minha vida normalmente.
Bom, o texto ficou meio grande, mas escrevi tudo isso só para mostrar que: Católicos, também podem ter depressão ou qualquer outro tipo de doença psíquica, e que talvez você, assim como eu, não escute muitas vezes testemunhos de pessoas que passaram por isso, não porque não exista, mas sim, porque muitas vezes as pessoas  possuem vergonha de testemunhar, afinal de contas, infelizmente na Igreja e no mundo, ainda existem muitas pessoas que acham que ter depressão é falta de Deus, mas na verdade, não é. Depressão é uma doença como qualquer outra. Também decidi escrever para falar que Deus faz milagres, sim mas Deus já nos deu a cura através do tratamento com os psicólogos, os psiquiatras e os remédios; foi Deus quem criou tudo e é Deus quem capacita esses profissionais.
Para finalizar, gostaria de dizer que na minha vida, a cura da depressão, ou melhor, o caminho para cura da depressão precisou da somatória de 5 elementos: 1º) Deus: acreditar que Deus ira me curar no momento certo e da maneira certa; 2º) a minha vontade: decidir ser curada, correr atrás do tratamento, obedecer aos profissionais; 3º) a psicóloga: que me ajuda a encarar os meus pensamentos, os meus sintomas e olhar para tudo com um olhar diferente; 4º) o psiquiatra: afinal de contas, psicólogo não pode receitar remédios, por isso, é necessário um médico psiquiatra; 5º) os remédios: que agem no meu sistema nervoso, normalizando o fluxo de neurotransmissores.
Portanto, talvez você esteja caminhando rumo a cura, mas ainda falte um desses elementos.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Maria: do extremo da dor à alegria suprema


Neste texto resolvi falar um pouquinho sobre duas devoções a Nossa Senhora, que já me ajudou e me ajuda muito, principalmente nos momentos que acho que a minha vida não tem jeito, quando o desespero bate, o vazio toma conta e eu só quero deitar na cama e chorar.

Alguns dias depois de receber o diagnóstico de depressão, fui a uma lojinha de artigos religioso e, entre uma vitrine e outra, dentre várias imagens, tiveram duas imagens que me chamaram a atenção. A primeira é de Nossa Senhora de Pietà e a segunda de Nossa Senhora do Sorriso. De primeira não fazia ideia do porquê aquelas imagens mexeram tanto comigo, mas como gostei muito e estava com dinheiro, resolvi comprar as duas, e após pedir para o padre abençoar, coloquei elas no meu altarzinho.

Ao decorrer dos dias fui me aproximando mais da história de Nossa Senhora de Pietà e de Nossa Senhora do Sorriso, e fui criando uma devoção por elas. Com o tempo, contava com a intercessão delas na minha vida, em especial nos momentos que estava nas famosas crises.

Ao olhar Nossa Senhora com o título de Pietà ou da Piedade, refletia aquilo que a Sagrada Escritura nos revela, que Maria teve uma espada que transpassou tua alma (Lc 2, 35). Ela passou pela maior dor que uma mãe pode passar, perder o teu Filho, receber o corpo do seu Filho sem vida em seus braços. Essa imagem me faz pensar que, por mais que os meus sofrimentos pareçam enormes, eles são pequenos diante daquilo que Jesus e que Maria sofreu, e me ensina que nossas dores são passageiras.

Quando penso na imagem de Nossa Senhora do Sorriso, logo me lembro da história que se encontra por trás dessa imagem. Bom, para quem não sabe, o nome de Nossa Senhora do Sorriso foi dado por Santa Terezinha do Menino Jesus a Nossa Senhora das Vitórias, e isso ocorreu porque a Santa se encontrava doente. Não se sabe ao certo se ela tinha uma síndrome do pânico ou uma depressão, mas era uma doença psíquica e segundo a Santa “No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria, e de repente a imagem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lágrimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu. ” e ao olhar para essa imagem, logo penso que, assim como Nossa Senhora sorriu para Santa Terezinha, ela sorri para mim, e esse sorriso é o sorriso de uma pessoa que superou todas as dificuldades que o mundo proporcionou, é um sorriso cheio de luz e esperança, um  sorriso que acolhe e cuida, um sorriso que consola e cura.

Diante dessas duas imagens encontro o consolo das minhas dores e dos meus vazios, encontro o exemplo de uma mulher que soube superar as suas dores e voltou a sorrir, como o título diz: Maria foi do extremo da dor à alegria suprema, ela vem nos ensinar que por maior que pareça a tua dor ela um dia vai passar e que após esta dor passar só nos restara a suprema alegria. Que nos momentos difíceis você possa olhar a figura de Nossa Senhora de Pietà, refletindo que aquele momento é pequeno diante da tamanha dor que Maria passou e, após isso, você possa voltar teus olhos a Nossa Senhora do Sorriso e confiar que existe uma Mãe que olha por você, que sorri para você e te enche de esperanças para ser feliz.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Perseverai na Oração

 
Bom, hoje gostaria de falar um pouquinho sobre a perseverança na oração. Um dos significados da palavra perseverança é “qualidade de quem não desiste com facilidade”, e trazendo para a nossa realidade, seria a qualidade de quem não desiste com facilidade de rezar. Em uma pesquisa rápida, achei dois versículos na Sagrada Escritura que fala sobre o tema, o primeiro está em Colossenses 4;2: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças”; e o segundo está em Romanos 12;12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”. Sendo assim, podemos afirmar que a perseverança na oração é algo que os primeiros cristãos lutavam para ter, e é algo que com toda certeza Deus deseja de nós.

Pensando um pouquinho, cheguei à conclusão que a atitude de perseverar na oração nos traz várias virtudes, como por exemplo, a paciência e a confiança em Deus, além de nos trazer algumas graças. A perseverança na oração faz parte do caminho de santidade, posso afirmar que todos os Santos que temos na Igreja Católica perseveram na oração e, sendo assim, escolhi falar um pouquinho sobre Santa Mônica que é um dos exemplos de perseverança.

Santa Mônica nasceu em uma família cristã e como de costume foi entregue como esposa à um jovem chamado Patrício que era pagão, rude e violento. Como toda esposa e mãe cristã, Santa Mônica desejava ardentemente a conversão de sua família em especial pelo seu esposo e teus dois filhos Agostinho e Navigio, tendo em vista que sua filha Perpétua sempre esteve no caminho de Deus.

Durante aproximadamente 33 anos, Santa Mônica perseverou na oração rezando pela conversão de seu filho Agostinho, hoje reconhecido como Doutor da Igreja Católica, Santo Agostinho. Antes de morrer, ela disse à Agostinho que já tinha se convertido e era cristão: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer”. Após a morte de sua mãe, Santo Agostinho se dedicou a vida religiosa e foi ordenado como sacerdote.

Podemos encontrar na história dessa grande Santa uma perseverança inabalável, que superou as dificuldades do dia a dia, as tristezas e até mesmo o desânimo muitas vezes, e teve como frutos as virtudes: do temor a Deus, sabendo respeitar a vontade e o tempo Dele; a humildade, vivendo de forma simples e sobre tudo tentando ajudar os mais necessitados; o silêncio: se desligando dos problemas do dia a dia e assim conseguindo ouvir a voz de Deus; o domínio de si: reconhecendo que a vontade de Deus estava a cima da vontade própria; e a ternura: demonstrando a tua família todo o teu carinho e amor. 
Entre outras não citadas aqui, é claro que a maior graça que a perseverança de Santa Mônica recebeu foi a conversão de tua família.
Santa Mônica vem nos ensinar a sermos firme e perseverante na oração, ela nos ensina que por mais que pareça impossível algo através da perseverança e da oração o impossível se torna possível. 
Que possamos aprender a ser como ela e rezar mesmo quando as coisas parecerem não ter solução, rezar nos dias alegres e naqueles dias em que não queremos fazer exatamente nada, rezar pelas nossas alegrias, conquistas e pelas coisas que confiamos que um dia Deus irá realizar na nossa vida.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Ser como São João Batista

Hoje celebramos a festa de São João Batista, filho de Santa Isabel e primo de Jesus Cristo.

São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus, era filho de Santa Isabel e Zacarias, foi fruto da oração dos pais (Lucas 1, 13), sendo um anjo quem revelou o seu nome ao seu pai. E o  mesmo anjo disse a Zacarias que o seu filho seria grande diante do Senhor, e cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe. Santa Isabel e Zacarias mantiveram a gravidez em segredo durante 5 meses.

No sexto mês o anjo Gabriel foi enviado a Maria para anunciar que Ela seria a mãe de Jesus, e também comunicou que sua prima Isabel estava grávida. A Sagrada Escritura nos narra que, naqueles dias, Maria foi apressadamente ao encontro de sua prima Isabel, e que essa, ao entrar na casa de Zacarias e saudar sua prima, a criança saltou no ventre de Isabel, ficando cheia do Espírito Santo.

Não há mais nenhum relato sobre a infância, adolescência e juventude de São João Batista na Sagrada Escritura, porém, estudiosos mostram que depois, com idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista e viveu em profunda penitência e oração. Já na vida adulta, podemos encontra alguns relatos, como por exemplo, o Evangelho de São João 1, no qual narra que São João Batista era um homem enviado por Deus, que não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Neste mesmo Evangelho, quando os sacerdotes e levitas perguntam a João quem ele é, ele responde: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías”.

“São João, ao reconhecer e apresentar Jesus como o Cristo, continuou sua missão em sentido descendente, a fim de que somente o Messias aparecesse”, viveu e morreu em santidade.

Hoje, como Católicos, somos chamados a seguir o exemplo de São João Batista e viver em profunda penitência e oração. Também não somos a luz, mas sabemos e reconhecemos que Jesus é a verdadeira Luz e devemos dar testemunho da Luz. Somos chamados a anunciar ao mundo o Reino do Céu e viver em santidade.

domingo, 23 de junho de 2019

O deserto espiritual

Hoje decidi falar um pouquinho sobre o famoso deserto espiritual.
Bom, como a maioria sabe, o deserto é um lugar de quase absoluta  ausência de vida, um lugar vazio. E no deserto espiritual não é muito diferente, o deserto espiritual é uma fase da nossa vida espiritual em que nos sentimos vazios, é aquele famoso momento em que muitas vezes você não sente a presença de Deus, a tua oração parece não ser atendida, a tua vida espiritual parece estar paralisada.
Contudo, tenho duas notícias boas para você:  a primeira, é que os Santos já passaram por momentos assim, Santa Teresa de Calcutá, por exemplo, vive cerca de 30 anos nesta situação; a segunda, é que este momento, por mais que pareça nunca passar, ele vai passar, pode até demorar, porém, um dia passa.

Não sei ao certo o motivo de passar pelo deserto espiritual, ou pela noite escura da alma, como diz São João da Cruz, porém, tenho a certeza que saímos desse momento das nossas vidas muito mais fortes de quando entramos. Uma das frases mais interessante que já ouvi sobre o deserto espiritual foi que “o deserto é lugar de passagem” (Padre Paulo Ricardo) e talvez essa afirmação seja a nossa companheira para passar por este momento da nossa vida espiritual, afinal de contas, a partir do momento que sabemos que algo vai passar, é como se o peso ficasse mais leve.

Quando pensamos na palavra deserto no contexto Bíblico, logo nos lembramos dos 40 anos que os israelitas andaram em busca da Terra prometida. E é  assim também na nossa vida, passamos pelos desertos, muitas vezes essa passagem nos deixa cansados e desanimados, mas assim como os israelitas tinham a certeza que iriam chegar até a Terra  prometida, pois o próprio Deus tinha realizado esta promessa, nós também devemos seguir a diante em meio ao deserto, pois, quando ele acabar teremos tido uma experiência incrível, estando ainda mais forte de quando entramos nele.

Talvez você esteja se perguntando qual o segredo para passar pelo deserto? Eu não tenho muita certeza se é esse  o segredo, mas acredito que o segredo seja fazer as mesmas coisas que os israelitas fizeram, continuar a caminhar e confiar nas promessas de Deus. Infelizmente muita gente desiste quando se encontra no deserto, acha que Deus simplesmente o abandonou e dessa forma também acaba abandonando à Deus. Por isso hoje convido você a caminhar neste  deserto, caminhar com um olhar diferente, um olhar que tenta enxergar flores aonde muitas vezes só tem lama, um olhar que busca e confia nas coisas do alto e nunca se esquece das promessas de Deus.

sábado, 22 de junho de 2019

Reflexão sobre a Liturgia Diária 22/06/2019


Boa Tardeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, povo de Deus!
Bom, na reflexão de hoje, vamos falar um pouquinho da 2Cor 12,1-10 e do Evangelho de Mt 6,24-34.
Na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios o discípulo nos fala que recebeu um espinho na carne, e que suplicou a Deus três vezes para que fosse retirado dele este espinho. Não sabemos ao certo o que este espinho significa, mas temos a certeza que seria um pecado, a resposta do Senhor com certeza  não foi a esperada pelo discípulo, afinal de contas, podemos ter quase certeza que o discípulo esperava que o Senhor atendesse ao seu pedido afastando dele este pecado, mas o Senhor disse a São Paulo:  “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Talvez hoje, você se encontre em pecado, ou distante de Deus, mas hoje Deus deseja dizer para você: “basta-te a minha graça”, e te convida a ir ao encontro Dele através da confissão, da Sagrada Comunhão, da Sagrada Escritura. Talvez você, como eu, pense "sou tão pequeno diante de um Deus tão grande". Mas, Deus sabendo de toda a nossa pequenez e da nossa fraqueza vem no dizer que é justamente quando somos fracos que a força Dele nos sustenta.
No Evangelho de hoje Jesus vem nos fazer o convite do desapego, o desapego das coisas materiais, da comida, da bebida e até mesmo com o nosso corpo e o que iremos vestir. Essas coisas fazem parte da nossa vida nesta terra, mas não devem ser a nossa prioridade. Jesus nos faz refletir que até os pássaros que estão no céu são cuidados por Deus, então imagina nós que somos imagem e semelhança Dele?
Diante disso, podemos afirmar que a liturgia de hoje nos faz um único convite, o convite de confiar em Deus e de acreditarmos que nos basta a graça Dele, que diante de cada situação o nosso Deus é maior e que Ele sempre irá providenciar o que nos é necessário.

Cuidado com a mornidão

Na reflexão de hoje quero falar um pouquinho sobre a mornidão. Para ser mais exata, quero falar sobre a mornidão espiritual.

No dicionário encontramos que mornidão significa “falta de fervor, de entusiasmo”, ou seja, a mornidão não é nada mais, nada menos do que a falta interesse. Trazendo para a nossa realidade, é a falta de interesse pelas coisas de Deus ou talvez pelo próprio Deus.

Você pode estar pensando que esta reflexão é para aquelas pessoas que não vão a missa, que não acreditam em Deus, aqueles que tem uma vida mundana, diferente de tudo que acreditamos. Porém, tenho uma notícia para te dar: “esta reflexão é para todos, mas principalmente para aqueles que acham que estão no caminho do Senhor”.

Bom, para explicar um pouquinho de como a mornidão nos atinge, resolvi falar sobre a minha experiência. Isso mesmo, confesso que a mornidão me atingiu, e para ser sincera, talvez não tenha sido a primeira vez.

Vamos lá!!! Sou ministra extraordinária da comunhão e serva do grupo de oração Jesus Sol de Justiça. Desde muito pequena estive envolvida com a Igreja: já fui coroinha, cerimoniaria, catequista e agente da pastoral vocacional. Então, posso afirmar que Deus sempre esteve de um jeito ou de outro no meu dia a dia e, como já falei ali em cima, eu como todo ser humano, já passei por alguns momentos de mornidão e vou compartilhar com vocês o mais recente.

Já faz aproximadamente 2 anos que estou em tratamento para depressão. É isso mesmo, a depressão também atinge pessoas que estão na Igreja, e como alguns sabem, faz parte do meu tratamento tomar remédios e posso afirmar que a minha mornidão começou com o diagnóstico. Quando recebi ele, confesso que questionei muito Deus, porém, decidi continuar minhas atividades na Igreja. Mas com o decorrer do tempo fui desanimando, uma das coisas que mais me desaminava era o fato de ter que acordar cedo em pleno sábado para levar Jesus Eucarístico para a minha enferma e acordar cedo aos domingos para ir ao grupo de oração.  Aos poucos, bem devagar para falar a verdade, comecei a me distanciar do grupo de oração porque simplesmente queria dormir rs. Contudo, ao meu ver, isso não me deixava longe de Deus, afinal de contas, ainda ia a missa e até mesmo servia como ministra, então estava tudo bem. Depois de um tempo, de forma inconsciente, acabei parando de rezar o terço, mas na minha cabeça estava tudo bem. Com o decorrer dos dias, parei de fazer coisas simples, como fazer o sinal da Cruz ao passar em frente de uma Igreja, parei de usar a minha cadeia de consagração a Nossa Senhora e até mesmo Crucifixo, porém, para mim, estava tudo bem, afinal de contas, quantos que afirmam ser católicos não fazem isso? Por fim, já não me sentia seduzida por Deus, já não deseja servi-lo como desejava antes. Confesso que aos poucos nem na missa mais queria ir.

Talvez você não veja mornidão em tudo que acabei de contar, mas sinto informar que isso e mais algumas coisas que não citei são mornidão, sim. Hoje posso afirmar que a mornidão age em silêncio e que ela não tem pressa nenhuma em conquistar você, ela chega nas pequenas coisas, coisas que talvez pareça insignificante e aos poucos vai ganhando uma proporção que sai do teu controle.

Você pode estar pensando “legal, Renata, e como posso sair da mornidão???” É simples, mas ao mesmo tempo requer uma entrega total. Em primeiro lugar, decida-se por amar a Deus sobre todas as coisas novamente, decida-se por amar à Ele em todos os momentos da sua vida. Em segundo lugar, deixe ser moldado pelo Espírito Santo. Por último, faça a tua parte, insista em rezar, vá a missa, volte a rezar o terço, converse com Deus e lembre-se “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3; 16).

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Reflexão sobre a Liturgia Diária 21/06/2019

Boa Tardeeeeeeee, povo de Deus!

Bom, hoje vamos refletir o Evangelho de Mt 6,19-23. Neste Evangelho, Jesus vem nos trazer um conceito novo sobre o que seria um tesouro. Ao nosso ver, o tesouro é aquilo que é precioso. Se perguntarmos para várias pessoas diferentes o que é um tesouro, pode ter certeza que a maioria delas iria responder que o tesouro é um bem material.

Jesus nos chama a atenção para que possamos juntar tesouros no céu, onde nada destrói e ninguém pode roubar. Mas é lógico que Jesus não está nos pedindo para que juntemos coisas materiais durante a nossa vida. Mas no Evangelho citado, Jesus deseja nos dizer que aquilo que tem preço muitas vezes não tem valor, e o que nos importa é aquilo que tem valor e não aquilo que tem preço.

O preço está relacionado a quantia de dinheiro no qual gastamos para adquirir um determinado objeto, enquanto o valor é o conjunto de benefícios que o produto ou serviço tem para o cliente, ou seja, o preço é o que o outro e a sociedade impõe. Em contrapartida, o valor é a importância que você próprio coloca no objeto, serviço ou até mesmo na pessoa.

Sendo assim, devemos refletir no que nós temos colocado valor, será que não estamos colocando valor somente nas coisas que tem preço? Enquanto devemos colocar valor nas coisas no qual dinheiro nenhum compraria. Jesus nos pede para juntarmos tesouros no céu, tesouros no qual perante a sociedade talvez não tenha preço nenhum, mas que para nós cristãos, tem todo valor do mundo.

Penso que o nosso tesouro celestial se resume em cumprir os dois primeiros mandamentos, dado por Jesus. Ou seja, amar ao Senhor, nosso Deus, de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento e amar o nosso próximo como a nós mesmo, porque assim como o nosso coração é a base do funcionamento de todo o corpo humano, o amor é o princípio de todo tesouro.

O sangue dos mártires é a semente dos novos cristãos

“O sangue dos mártires é a semente dos novos cristãos” Tertuliano.

Já faz algumas semanas que essa frase tem mexido comigo. Essa afirmação nos traz a certeza ao coração, de que se hoje seguimos Jesus Cristo, é porque antes de nós, existiram vários outros seguidores do mesmo Jesus que conhecemos atualmente, e que muitos desses decidiram ir até o fim para anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, renunciando tudo, até mesmo a própria vida, por amor.

Não posso citar todos os mártires da Igreja Católica, até mesmo porque, não conheço todos, mas gostaria de chamar a atenção para São Paulo. Acredito que São Paulo é um belo exemplo de mártir para nós que vivemos nos tempos atuais, afinal de contas ele, diferente de muitos mártires e santos, não nasceu em berço cristão. Foi se converter quando já estava na idade adulta, já tinha muitos conceitos e ideais formados, assim como nós. Talvez você, como eu, tenha nascido em uma família Católica e esteja pensando que esse exemplo não se encaixa para você, mas posso afirmar que se encaixa, sim. Afinal de contas, hoje nós somos o resultado de vários conceitos e ideais que recebemos muitas vezes dos nossos pais, familiares, amigos, na escola e conceitos e ideais que nós mesmos criamos ao decorrer do tempo.

Eis a questão: o quanto os teus conceitos e ideais tem te afastado do Deus Verdadeiro??? Talvez você, como a maioria de nós tenha ouvido ainda quando criança: “não faz isso, não faz aquilo, porque Deus castiga”. E até hoje vivemos com esta falsa concepção de um Deus castigador, um Deus rude e é justamente este conceito que nos afasta do Deus que é Amor, do Deus Misericordioso.

Se São Paulo tivesse somente esbarrado com Jesus Cristo, a vida dele não iria mudar, mas naquele dia em que Saulo cai do cavalo, ele tem um verdadeiro encontro com Jesus Cristo. E talvez seja isso que esteja nos faltando, talvez estejamos esbarrando com Jesus há anos, mas não conseguimos decidir por encontrar com Ele.

Na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 11; 18. 21b-30, encontramos um dos testemunho de São Paulo que nos narra ter muitas vezes corrido o perigo da morte; ter recebido cinco vezes quarenta açoites dos judeus; ter sido três vezes batido com vara, uma vez apedrejado; ter três vezes naufragado; ter feito inúmeras vigílias; ter passado fome e sede; ter feito frequentes jejuns; ter passado por frio e nudez, entre outras situações não citadas aqui. E mesmo assim, continuou firme na fé em Cristo Jesus até o dia de seu martírio, quando morreu decapitado em Roma.

Diante desse pequeno resumo sobre a vida, o testemunho e o martírio de São Paulo convido todos a refletir o quanto temos nos doado a Deus? Tertuliano dizia que “o sangue dos mártires é a semente dos novos cristãos” e trazendo esta frase para a nossa realidade atual, talvez você esteja pensando “Renata, quer dizer que é necessário que eu morra para que nasça novos cristão? ”. E a minha resposta é: sim. Mas como todos sabem, o Brasil é um país onde a liberdade religiosa é garantida e, como Católicos, não corremos os mesmos riscos que correriam os cristãos de antigamente e que correm os cristãos de alguns países no qual seguir Jesus é praticamente um crime. Sendo assim, hoje como Católicos e brasileiros, nosso chamado é ser mártir das nossas vontades, dos nossos conceitos e ideais, assim como São Paulo inúmeras vezes foi, como podemos observar em 2Cor 11,23 – 28. Hoje ser mártir é deixar o nosso querer de lado, é nadar contra correnteza que o mundo faz questão de impor e nos deixar  encontrar com Jesus a cada segundo para que um dia possamos dizer assim como São Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. (Gálatas 2; 20).

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Corpus Christi

É com muita alegria que hoje celebramos a Solenidade de Corpus Christi.
Para nós Católicos solenidade é uma Celebração comemorativa, e Corpus Christi significa Corpo de Cristo, ou seja, neste dia de maneira especial comemoramos o Corpo de Cristo, a presença Real de Jesus na Hóstia consagrada.
Uma vez li em algum lugar a seguinte frase: “ Deseja saber o quanto foi amado olhe para a Cruz e se deseja saber o quanto é amado basta olhar para Jesus Eucarístico”, desde então esta frase me acompanha. Deus nos amou tanto, que deu o Teu Filho único para morrer pelos nossos pecados, e como não se bastasse isso, para continuar conosco, Jesus Cristo se faz presença Real em todos os momentos da nossa vida. Basta ir a uma Igreja, uma Capela para se encontrar com o Rei dos Reis, para ter um momento único com Deus.
Por um breve momento convido você a visitar teu coração e refletir o quanto valioso Jesus Eucarístico tem sido para você. Faz um ano e alguns meses que sou ministra extraordinária da comunhão e posso dizer que todos sábados quando vou até a Igreja buscar Jesus Eucarístico  para a Celebração, vivo uma experiência nova. Mas hoje vejo que viver uma experiência nova com Jesus Eucarístico é um convite feito todos os dias para todos.
Que neste dia possamos pedir para o Espírito Santo possa nos dar cada dia mais a certeza da presença Real de Jesus na Hóstia consagrada e que possamos viver o Corpus Christi todos os dias.

Reflexão sobre a Liturgia Diária 20/06/2019

Boa Tarde, povo de Deus!!!
É com muitaaaaaaaa alegria que venho ajudar vocês na reflexão do dia de hoje.
Vou dividir esta reflexão em duas partes, uma voltada para o Evangelho que se encontra em Lc 9, 11b-17 e outra sobre a Segunda Leitura que está em 1Cor 11,23-26.
Pode parecer meio confuso a ordem, porém, compreendi que assim seria melhor para que a reflexão fosse mais frutífera para nossa vida.
No Evangelho de hoje encontramos o milagre da multiplicação dos pães, milagre bem conhecido por nós. Diante deste Evangelho desejo chamar a atenção para o milagre em si, pois na Sagrada Escritura, nos é revelado que havia mais ou menos cinco mil homens e Jesus e seus discípulos tinham somente cinco pães e dois peixes. Jesus ordena que o povo sente em grupos de cinquenta pessoas, abençoa os pães e os peixes e pede para os discípulos distribuí-los para o povo. Os discípulos sem questionar, obedece Ele e depois que comeram e ficaram satisfeitos, percebem que sobraram doze cestos. Existe duas coisas muito interessante neste Evangelho, a primeira é que apesar dos discípulos saberem que cinco pães e dois peixes não dariam para todos os homens, eles não questionam Jesus, somente confiam e obedecem o Mestre, e a segunda coisa que me chama a atenção, é o milagre no qual Jesus multiplica os pães, é o momento que Jesus se revela como Deus e vem ao encontro da necessidade do teu povo.
Na segunda leitura de hoje encontramos um texto muito conhecido por nós Católicos. São Paulo narra a comunidade de Coríntios a última ceia, no qual Jesus ao repartir o Pão disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória” neste momento pela primeira vez aconteceu o que chamamos de transubstanciação, ou seja, o pão se transforma em corpo e o vinho se transforma em sangue de Jesus, e é esta mesma transubstanciação que acontece em todas as missas.
Resumidamente, a liturgia de hoje nos faz alguns convites, primeiramente o convite de confiar e obedecer a Deus e o convite de ver na Hóstia Consagrada o próprio Jesus Cristo e comungar o Corpo e o Sangue Dele em todos os momentos que nos for permitido.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Reflexão sobre a Liturgia Diária 19/06/2019

 
 
Boa Tarde, povo de Deus!!!

Decidi agora, de última hora, escrever um pouquinho sobre a liturgia de hoje. Este texto vai ser dividido  duas partes, a primeira fala um pouquinho sobre a primeira leitura que está em 2Coríntios 9,6-11 e a segunda parte fala sobre o Evangelho de hoje que se encontra em Mateus 6,1-6.16-18.

Na leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios, gostaria de destacar os versículos 6 e 7, no qual fala: “quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7 Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”.

Estive pensando em qual semente São Paulo se referia nesta carta e cheguei à conclusão que ele estava falando de várias sementes, que entre elas, está a semente do amor, uma semente que hoje em dia está na boca de muitos através de frases como “eu te amo”, porém, não se encontra com a mesma frequência no coração das pessoas.

Entre os vários significados de amor está o “excesso de zelo e dedicação”, bom zelo seria o cuidado e dedicação seria o gesto de se entregar, talvez por isso mesmo como cristãos podemos afirmar que a maior prova de amor foi quando Jesus morreu na cruz por nós, pois ele se entregou para nos salvar. Mas, trazendo para a nossa realidade, será que temos amado???

O quanto de amor você tem semeado??? Afinal de contas, como diz na leitura “quem semeia pouco colherá também pouco”. 
Não conheço você, ou talvez até conheça, mas não posso dizer se você semeia muito amor ou pouco amor. Contudo, olhando para o mundo atual, posso afirmar que todos precisamos semear mais amor pelos outros. Que a partir de hoje possamos pedir ao Espírito Santo a ajuda para amar mais e para amar a todos, e só assim, iremos colher um mundo que ama de verdade.

A segunda parte do texto, sobre o Evangelho de São Mateus, já é bem conhecido por muitos, mas hoje gostaria de focar a reflexão no versículo 1, no qual fala: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus”.
Bom, o Evangelho em si fala sobre fazer tudo em silêncio para que somente Deus saiba, e o primeiro versículo me chamou bastante a atenção pelo fato de nunca ter ouvido alguém focar nele, e por isso gostaria de voltar a atenção para ele.

Nos dias atuais muitas vezes ouvimos das pessoas que Deus é misericordioso, mas já não ouvimos com tanta frequência que Ele é justo. E não sei se é por isso, mas acabamos abusando da misericórdia de Deus e, além disso, acabamos querendo fazer a nossa parte como justiceiros. Não é difícil ouvir opiniões criticando alguma atitude de uma pessoa ou outra, o homem muitas vezes se acha no direito até de falar quem deve viver e quem deve morrer, a cada dia que passa nos tornamos mas justiceiros, muitas vezes diante de coisas grande e outras diante de pequenas coisas e acabamos nos esquecendo que a justiça verdadeira é a justiça de Deus. Diante disso, quero te convidar a pedir pela intercessão de Nossa Senhora do Silêncio, para que possamos parar de querer ser justiceiros e começar a nos silenciar e confiar no verdadeiro Juiz.

O valor de uma alma


"Dai-me almas e ficai com o resto o que me importa é juventude santa.” Dom João Bosco.

É com essa frase que quero começar este texto, ou melhor, esta reflexão.

Talvez muitos conheçam a história de Dom Bosco, se você ainda não conhece, fica deste modo uma ótima oportunidade de conhecer um grande Santo da Igreja Católica. Bom, já faz algumas semanas que Deus tem incomodado o meu coração, e como alguns sabem, faço parte do ministério extraordinário da comunhão e do grupo de oração Jesus Sol de Justiça. Nas últimas semanas Deus tem me feito refletir o quanto vale uma alma, e confesso que tem sido bem difícil, afinal de contas, como colocar valor em uma dimensão na qual nem conhecemos direito. Mas vou tentar partilhar um pouquinho o que o Espírito Santo tem colocado no meu coração.

A alma é algo invisível aos olhos humanos, é uma parte desconhecida, mas apesar de tudo isso, nós como Católicos acreditamos que ela existe e que ela vale muito.

Uma alma vale o sacrifício, o sacrifício de um Deus Pai que nos dá teu Filho único para morrer em nosso lugar, o sacrifício de um Deus Filho que se deixa ser chagado, humilhado, crucificado e morto para nos salvar, o sacrifício de um Deus Espírito, melhor dizendo, Espírito Santo que se doa para nos santificar, para nos moldar. Sendo assim, podemos dizer que uma alma vale para Deus um sacrifício, mas e para nós???

Ahhhhhhhhhh... para nós uma alma também deveria valer o sacrifício, não o sacrifício de dar alguém que amamos para morrer, ou o sacrifício de morrer em uma Cruz, nem o sacrifício de se doar inteiramente para moldar os outros, mas o sacrifício de morrer para nós mesmos. Dom Bosco dizia “dai-me almas e ficais com o resto”, e hoje nós também devemos dizer “dai-me almas e ficai com o resto”. Talvez atualmente estamos dizendo somente “dai-me almas” e tenhamos esquecido de abrir mão do resto. Acredito que seja isso mesmo que tem nos faltado: abrir mão do resto. Assim, talvez muitos estejam se perguntando o que seria este resto, bom vou explicar.

O resto seria nós mesmo. Sim, nós somos o resto. Nossas vontades, nossos sonhos, nossas metas, nossos desejos, nossos pensamentos, nossas atitudes e tudo o mais  que possa vir pela tua cabeça. Portanto, desculpa, mas preciso te informar que o resto muitas vezes são os teus compromissos e até mesmo a tua família. É necessário fazermos exatamente igual aos discípulos e abandonar inteiramente as nossas redes. É necessário seguirmos os passos de todos os santos que até  agora a Igreja teve e morrer para nós mesmos, nos deixando ser guiados pelo Espírito Santo. É necessário deixar tudo por uma alma.