sábado, 22 de junho de 2019

Cuidado com a mornidão

Na reflexão de hoje quero falar um pouquinho sobre a mornidão. Para ser mais exata, quero falar sobre a mornidão espiritual.

No dicionário encontramos que mornidão significa “falta de fervor, de entusiasmo”, ou seja, a mornidão não é nada mais, nada menos do que a falta interesse. Trazendo para a nossa realidade, é a falta de interesse pelas coisas de Deus ou talvez pelo próprio Deus.

Você pode estar pensando que esta reflexão é para aquelas pessoas que não vão a missa, que não acreditam em Deus, aqueles que tem uma vida mundana, diferente de tudo que acreditamos. Porém, tenho uma notícia para te dar: “esta reflexão é para todos, mas principalmente para aqueles que acham que estão no caminho do Senhor”.

Bom, para explicar um pouquinho de como a mornidão nos atinge, resolvi falar sobre a minha experiência. Isso mesmo, confesso que a mornidão me atingiu, e para ser sincera, talvez não tenha sido a primeira vez.

Vamos lá!!! Sou ministra extraordinária da comunhão e serva do grupo de oração Jesus Sol de Justiça. Desde muito pequena estive envolvida com a Igreja: já fui coroinha, cerimoniaria, catequista e agente da pastoral vocacional. Então, posso afirmar que Deus sempre esteve de um jeito ou de outro no meu dia a dia e, como já falei ali em cima, eu como todo ser humano, já passei por alguns momentos de mornidão e vou compartilhar com vocês o mais recente.

Já faz aproximadamente 2 anos que estou em tratamento para depressão. É isso mesmo, a depressão também atinge pessoas que estão na Igreja, e como alguns sabem, faz parte do meu tratamento tomar remédios e posso afirmar que a minha mornidão começou com o diagnóstico. Quando recebi ele, confesso que questionei muito Deus, porém, decidi continuar minhas atividades na Igreja. Mas com o decorrer do tempo fui desanimando, uma das coisas que mais me desaminava era o fato de ter que acordar cedo em pleno sábado para levar Jesus Eucarístico para a minha enferma e acordar cedo aos domingos para ir ao grupo de oração.  Aos poucos, bem devagar para falar a verdade, comecei a me distanciar do grupo de oração porque simplesmente queria dormir rs. Contudo, ao meu ver, isso não me deixava longe de Deus, afinal de contas, ainda ia a missa e até mesmo servia como ministra, então estava tudo bem. Depois de um tempo, de forma inconsciente, acabei parando de rezar o terço, mas na minha cabeça estava tudo bem. Com o decorrer dos dias, parei de fazer coisas simples, como fazer o sinal da Cruz ao passar em frente de uma Igreja, parei de usar a minha cadeia de consagração a Nossa Senhora e até mesmo Crucifixo, porém, para mim, estava tudo bem, afinal de contas, quantos que afirmam ser católicos não fazem isso? Por fim, já não me sentia seduzida por Deus, já não deseja servi-lo como desejava antes. Confesso que aos poucos nem na missa mais queria ir.

Talvez você não veja mornidão em tudo que acabei de contar, mas sinto informar que isso e mais algumas coisas que não citei são mornidão, sim. Hoje posso afirmar que a mornidão age em silêncio e que ela não tem pressa nenhuma em conquistar você, ela chega nas pequenas coisas, coisas que talvez pareça insignificante e aos poucos vai ganhando uma proporção que sai do teu controle.

Você pode estar pensando “legal, Renata, e como posso sair da mornidão???” É simples, mas ao mesmo tempo requer uma entrega total. Em primeiro lugar, decida-se por amar a Deus sobre todas as coisas novamente, decida-se por amar à Ele em todos os momentos da sua vida. Em segundo lugar, deixe ser moldado pelo Espírito Santo. Por último, faça a tua parte, insista em rezar, vá a missa, volte a rezar o terço, converse com Deus e lembre-se “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3; 16).

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